Cientistas acreditam ter encontrado o maior animal da história, superando os dinossauros; veja qual
Cuidado, baleia-azul. Há um novo candidato ao título dos pesos pesados.
Publicada em 03/08/23 às 16:13h - 43 visualizações
por Estadão
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Em ilustração artística de Alberto Gennari, o Perucetus colosso é reconstruído em seu habitat com um comprimento estimado de corpo de aproximadamente 20 metros (Foto: Nature via AP)
Com base em alguns ossos maciços encontrados no deserto peruano, uma equipe internacional de pesquisadores estimou que o animal tinha uma massa corporal média de 180 toneladas.
Esse peso seria insuficiente para destronar o título ostentado pela maior baleia-azul já registrada, de 190 toneladas, segundo o Livro Guinness dos Recordes. Mas, os pesquisadores estimaram que a faixa de peso da antiga baleia estava entre 85 e 340 toneladas, o que significa que pode ser maior.
Os pesquisadores foram cautelosos em não declarar que a antiga baleia havia quebrado o recorde, mas também “não havia razão para pensar que este espécime era o maior de seu tipo”, observou Eli Amson, coautor do estudo, em conversa com a agência AFP.
“Acho que há uma boa chance de que alguns dos indivíduos tenham quebrado o recorde - mas a mensagem para levar para casa é que estamos na categoria da baleia-azul”, disse Amson, que é paleontólogo no Museu Estadual de História Natural de Stuttgart, na Alemanha.
O paleontólogo peruano Mario Urbina posa ao lado dos restos fossilizados do colosso Perucetus, no Museu de História Natural de Lima Foto: CRIS BOURONCLE/AFP
Reescrevendo a história dos cetáceos
O primeiro fóssil da baleia ancestral foi descoberto em 2010 por Mario Urbina, um paleontólogo que passou décadas pesquisando o deserto na costa sul do Peru. Mas o que ele encontrou “parecia mais uma rocha” do que um fóssil, comentou Amson.
Ao todo, 13 vértebras gigantescas - uma das quais pesando quase 200 quilos - foram encontradas no local, além de quatro costelas e um osso do quadril.
Levaram-se anos e várias viagens para coletar e preparar os fósseis gigantes, e ainda mais tempo para a equipe de pesquisadores peruanos e europeus confirmarem exatamente o que havia sido encontrado.
Nesta quarta-feira, revelaram se tratar de uma nova espécie de Basilosauridae, uma família extinta de cetáceos.
Os cetáceos de hoje incluem golfinhos, baleias e botos, mas seus primeiros ancestrais viviam na terra, alguns parecidos com pequenos cervos. Com o tempo, mudaram-se para a água. Acredita-se que os basilossaurídeos tenham sido os primeiros cetáceos a ter um estilo de vida totalmente aquático.
Uma de suas adaptações naquela época foi o gigantismo - eles se tornaram muito grandes. Mas a nova descoberta indica que os cetáceos atingiram seu pico de massa corporal cerca de 30 milhões de anos antes do que se pensava, disse o estudo.
Cabeça pequena, ossos pesados
Como outros basilossaurídeos, o Perucetus colossus provavelmente tinha uma cabeça “ridiculamente pequena” em comparação com seu corpo, afirmou Amson - embora não houvesse ossos disponíveis para confirmar isso.
Sem dentes, é impossível dizer com certeza o que comiam. Mas Amson especula que vasculhar o fundo do mar era uma grande possibilidade, em parte porque os animais não podiam nadar rapidamente.
Os pesquisadores acreditam em que o animal vivia em águas rasas em ambientes costeiros, devido ao peso de seus ossos. Todo o seu esqueleto foi estimado em pesar entre cinco a sete toneladas - mais de duas vezes mais pesado que o esqueleto de uma baleia-azul.
“Este é – com certeza – o esqueleto mais pesado de qualquer mamífero conhecido até hoje”, assim como de qualquer animal aquático, disse Amson.
O colosso de Perucetus precisava de ossos pesados para compensar a enorme quantidade de gordura flutuante e o ar em seus pulmões, o que, em caso contrário, teriam-no feito flutuar.
Mas apenas o equilíbrio certo de densidade óssea e gordura permitiu que o animal gigante permanecesse no meio de cerca de 10 metros de água “sem mover um músculo”, explicou Amson.
Felix Marx, um especialista em mamíferos marinhos do Museu da Nova Zelândia Te Papa Tongarewa não envolvido no estudo, disse à AFP que o Perucetus colossus “é muito diferente de qualquer outra coisa que já encontramos”. Os fósseis estão expostos no Museu de História Natural de Lima. / AFP
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